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Texto publicado aqui em 23/05/2016 Retornar textos da autora Retornar textos da autora
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TERMINA A GREVE DO MAGISTÉRIO ESTADUAL
Em Assembleia Geral realizada na última 5ª feira, dia 07 de julho, na Casa do Gaúcho, em Porto Alegre, professores e funcionários de escola, através de sua instância máxima, decidiram pelo término da greve, que foi a mais longa dos últimos 25 anos. Foram 54 dias.
Com os salários congelados desde o início do governo Sartori, em 2015, há meses recebendo parcelado e com a chegada à Assembleia Legislativa da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), sem qualquer aceno de reajuste salarial para o próximo ano, a categoria decidiu em Assembleia Geral, no dia 13 de maio último, entrar em greve.
Esta greve teve uma característica diferente das demais. As ocupações que os estudantes realizaram em quase 200 escolas foram sem dúvida, um reforço à greve do magistério.
Helenir Aguiar Schürer, presidente do CPERS/Sindicato chegou a afirmar: "O grande ganho desta greve foi que no Rio Grande do Sul, professor e funcionário não lutam mais sozinhos pela escola pública. Temos pais e alunos que foram sujeitos nesta greve. Criamos um elo muito forte".
A paralisação chega ao fim sem a sinalização de qualquer ganho salarial, mas algumas conquistas foram conseguidas, como a revogação do projeto, que estabelece a revisão dos critérios para a concessão da gratificação de difícil acesso, o que significa que nenhum professor terá redução no seu já minguado salário. Acreditamos porém, que o maior ganho tenha sido as ocupações das escolas pelos estudantes, o que expressa que ganharam em consciência, quando perceberam que tinham de lutar por melhores condições em suas escolas. Que têm direito a uma escola pública de qualidade.
Terminada a greve o CPERS/Sindicato, orientou seus 42 Núcleos para que, a partir da Lei de Gestão Democrática, iniciem a organização do calendário de recuperação dos dias letivos e das horas aulas, que devem ser aprovados pelos Conselhos Escolares e encaminhados às Coordenadorias Regionais de Educação (CREs). Lembramos que os Conselhos Escolares são compostos por pais, professores, funcionários de escola e alunos, portanto, por toda a comunidade escolar, que é quem mais conhece a real situação de cada estabelecimento de ensino.
Após uma greve se revela uma grande preocupação com a recuperação das aulas, o que é justo. Porém, não há a mesma preocupação, quando há falta de professores em muitas disciplinas nas escolas do Estado, às vezes por um grande período do ano letivo.
A greve é um instrumento legítimo de luta dos trabalhadores, porém os educadores não teriam a ela recorrido, se seus direitos fossem respeitados e recebessem um salário digno.
O Piso Salarial Nacional, apesar de não ser uma grande remuneração, foi aplaudido pelos professores, que lutaram por ele por mais de 20 anos. A Lei existe desde julho de 2007, por iniciativa do presidente Lula, mas não é cumprida pela maioria dos estados e municípios. A determinação legal é importante, mas é necessário que seja cumprida. Não pode existir somente no papel.
Profª. Marina Lima Leal
Julho de 2016.
 
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