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Marina Lima Leal
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RIO + 20 |
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A Conferência das Nações
Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio + 20) será
realizada de 13 a 22 de junho, deste ano, no Rio de Janeiro,
portanto, 20 anos após a Rio-92. |
O que esperar da Rio + 20? |
O Programa das Nações Unidas
para o meio ambiente (Pnuma) divulgou a conclusão do
relatório Panorama Ambiental Global, o GEO-5, cujo conteúdo
é preocupante, quando conclui, que apenas 4, das 90 metas
ambientais definidas nos últimos 40 anos, apresentaram
avanços significativos. As demais não apresentaram
progressos importantes. |
Segundo o Pnuma os avanços
aconteceram na erradicação do uso de substâncias
nocivas à camada de ozônio, na eliminação
do uso de chumbo em combustíveis, na ampliação
do acesso a fontes de água potável e no aumento
das pesquisas sobre a poluição dos mares. |
Jean Pierre Leroy, autor de "Territórios
do Futuro. Educação para o meio ambiente e ação
coletiva", em artigo escrito recentemente, tem uma posição
bastante cautelosa quanto aos resultados que poderão
advir da Conferência. Escreve ele: |
"... Gravíssimos problemas
ambientais se avolumam e ameaçam grandes áreas e
setores da humanidade de colapso num horizonte de tempo bastante
curto. Não é só o clima que está em
jogo, mas a biodiversidade, as águas doces, os desertos,
os solos, a alimentação, a moradia, etc.,
combinados numa dinâmica perversa em que múltiplas
crises setoriais alimentam umas a outras e geram uma única
crise de proporções ainda insuspeitas. Soma-se o
aprofundamento e uma nova face da desigualdade, pois nem todos
estão e estarão afetados por igual, pela crise
ambiental e pelo modo como o crescimento impacta territórios
e comunidades. A percepção das ameaças e
das tragédias em curso não foi ainda suficiente
para criar um senso de urgência tão premente que
provoque discussões e decisões efetivas sobre as
questões de fundo." |
A ausência deste senso de urgência,
nos parece ser uma importante razão pela qual, as decisões
tomadas nestes fóruns, não são levadas tão
a sério como deveriam. |
Entre os numerosos eventos previstos, para
ocorrerem durante a Rio+20, destaca-se a "Cúpula dos
povos por justiça ambiental e social. Contra a
mercantilização da vida e em defesa dos bens
comuns", contrapeso radical à Conferência
Oficial e à pretensão desta economia, mesmo que
revestida de verde, ser a salvadora do planeta. |
É certo que a Conferência é
um momento para os governantes e empresários pensarem
sobre sua responsabilidade com a conservação da saúde
do planeta O governo brasileiro está promovendo, logo
antes da Conferência, um evento chamado "Diálogos
para o Desenvolvimento Sustentável" que vai juntar
pessoas dos diferentes setores da sociedade, do empresariado, da
academia e de órgãos públicos. Por
considerar que não há abertura ao diálogo,
os organizadores da Cúpula dos povos recusaram o convite
para participar. |
A presidente Dilma Roussef, anunciou também,
a assinatura do programa Brasil Agro Ecológico, que deve
ocorrer durante a Rio + 20. Entre as metas deste programa, estão
a ampliação, até 2014, de 2% para 15% de
produtos orgânicos comprados pelo governo e o investimento
de R$ 300 milhões para assistência técnica e
extensão rural às 200 famílias ligadas à
agro ecologia. |
As Conferências, até aqui,
como é sabido, não tem apresentado avanços
significativos, porém, existe um fato novo que pode
contribuir para uma nova postura: o crescimento da consciência
da população, que tem se manifestado em diversos
episódios, como na recente votação do novo
Código Florestal pela Câmara dos Deputados. A
mobilização da sociedade e o desenvolvimento da
consciência ecológica, que deverá ser
estimulada, especialmente nas crianças e nos jovens, são
fundamentais para que as boas intenções, acordadas
na Rio + 20 sejam realmente colocadas em prática, pelos
diversos países que dela participam. |
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