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Marina Lima Leal
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REFORMA POLÍTICA,
QUE REFORMA? |
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Muito se disse e se escreveu sobre a
necessidade de uma ampla Reforma Política, com a
participação efetiva do povo, por ser o nosso
Sistema Político um dos grandes responsáveis pela
corrupção, um mal enraizado em nosso país.
Os movimentos sociais a tem colocado como pauta de suas
reivindicações, e o tema tem motivado diversas
manifestações de rua. |
O que se observa, até agora, no
entanto, é o encaminhamento de um arremedo de Reforma Política,
que acabará deixando as coisas como estão, senão
vejamos: A Câmara Federal aprovou até o momento, o
fim da reeleição, o mandato de 5 anos para todos
os cargos, a redução da idade para se candidatar e
a mudança da data da posse. Alguém acredita que
estas medidas vão resolver ou sequer amenizar os
processos de corrupção no Brasil? |
Não houve praticamente nenhuma mudança
na cláusula do financiamento das campanhas, origem dos
grandes esquemas de corrupção. As grandes empresas
continuarão fazendo doações, o que não
altera o alto custo das campanhas, que são caríssimas
e os candidatos apelam para estes recursos, favorecendo estes
esquemas. A empresa financia a campanha do candidato e depois
cobra o retorno. |
O povo brasileiro perdeu a confiança
nos políticos e os parlamentares estão desperdiçando
uma oportunidade histórica de fazerem mudanças
profundas no Sistema Eleitoral, que venham realmente atacar
problemas históricos e tentar devolver ao povo a
possibilidade de voltar a acreditar na política. Quem
esperou anos por uma mudança profunda no sistema de
representação brasileiro, teve sua expectativa
frustrada. Lamentável. |
Acreditamos que uma verdadeira Reforma Política
só se fará com uma Constituinte Exclusiva ou com
iniciativas como o Projeto de Coalizão, protagonizado
pela OAB, CNBB e mais sessenta entidades, que proíbe o
financiamento de campanha por empresas e propõe o
fortalecimento de mecanismos da democracia direta, como o
plebiscito, o referendo e projetos de iniciativa popular. No
entanto nossos parlamentares estão surdos a estas
manifestações, prevalecendo o jogo de interesses e
o corporativismo, mantendo tudo como está, a despeito do
anseio da população. |
Analisando as últimas decisões
tomadas pela Câmara, fica difícil acreditar numa
verdadeira Reforma Política, como deseja e precisa nosso
País, feita pelo atual Congresso Nacional. Os
parlamentares demonstraram, mais uma vez, estarem despreparados
para enfrentar seus próprios dilemas. |
Canoas, 13 de junho de 2015. |
Marina Lima Leal |
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