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Texto publicado aqui em 07/07/2014 Retornar textos da autora Retornar textos da autora
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OS PROTESTOS DE JUNHO, UM ANO DEPOIS
Há um ano atrás, em junho de 2013, a multidão tomava as ruas, inicialmente motivada pelo reajuste das passagens de ônibus e convocada através de um processo disseminado pelas redes sociais.
Constituiu-se como algo novo em nosso país, que já passou por longos períodos de autoritarismo e foi perdendo o hábito de protestar.
Minha geração viveu períodos de intensas mobilizações. A multidão saía às ruas em variados protestos dos movimentos sociais, especialmente dos trabalhadores e estudantes.
Depois, do golpe de 1964, mergulhamos num longo período de escuridão, em que não era possível nenhum tipo de manifestação, sob pena de prisão, tortura e até morte.
Na metade da década de 1980 o povo tomou coragem e foi para as ruas, em grandes passeatas, para lutar pelas eleições diretas, para Presidente da República, na grande e histórica mobilização das "Diretas Já".
Como o passar dos anos, a população foi descobrindo, que apesar das eleições diretas terem sido uma grande conquista, não era suficiente. Era necessário mais.
No ano passado a sociedade rompeu com a passividade e foi às ruas. Finalmente o povo despertou e entendeu que é preciso lutar, se quer um país mais justo e democrático.
Os protestos também deixaram um recado aos políticos com o slogan: "Vocês não nos representam", que apesar de estar bem claro, não chegou a sensibilizar grande parte da classe para a realização de uma Reforma Política, urgente e necessária. Com certeza ela viria para dificultar a eleição dos maus políticos, financiados por grandes corporações, que depois costumam exigir a "recompensa" por parte dos eleitos.
Atos de violência que ocorreram durante alguns protestos, afastaram muitos manifestantes, diminuindo a frequência dos movimentos, mas a sociedade continua a apresentar demandas.
Um ano depois, se observa que as manifestações se fragmentaram e tomaram novas formas como os protestos dos sem-teto em São Paulo, as greves que vem ocorrendo, as manifestações dos indígenas pela demarcação de suas terras e, mais recentemente, os protestos contra a Copa, por acreditar que ela tira recursos, já insuficientes, dos serviços públicos. Por esta razão, são contra a sua realização.
Concordo com o sociólogo Luis Werneck Vianna, professor da PUC do Rio de Janeiro, quando afirma que: "Um dos legados das manifestações seria a recuperação da capacidade de indignação da sociedade brasileira", porque acredito que a apatia, a indiferença e a falta de esperança, não conduzirão o povo a lutar por um Brasil melhor para todos.
 
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