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Marina Lima Leal
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A DIFÍCIL E
INCESSANTE LUTA DO MAGISTÉRIO |
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Desde que abracei a carreira do magistério,
na distante década de 60, os professores vem lutando por
melhores condições de trabalho e salário
mais digno. |
Em 1974 conquistamos o Plano de Carreira,
que até hoje é considerado um dos melhores do país
e que tem sido atacado por diversos governadores, que quiseram
terminar com ele. |
Em 1979, ainda durante a ditadura militar,
fizemos nossa primeira greve e conquistamos a nomeação
de mais de 20 mil professores contratados e reajuste salarial.
Da primeira greve, até a mais recente, a luta da
categoria tem sido uma constante e todas as conquistas que
conseguimos, foram a duras penas. |
O Piso Salarial, pelo qual o magistério
lutou por muitos anos, foi conquistado em 2007, durante o
governo Lula, através da Lei 11.738, mas até hoje,
a maioria dos estados não o paga, alegando falta de
recurso. |
Destacarei aqui a mais recente greve,
porque ela se revestiu de uma característica diferenciada
- desta vez, o magistério e demais funcionários
estaduais fizeram greve, não por novas conquistas, mas
porque seus salários de julho e agosto foram parcelados.
O governo fez uma escolha, entre tantos gastos, optou por
parcelar o salário do funcionalismo. Descumpriu a obrigação
mais grave de quem contrata um trabalhador. Não honrou a
contraprestação do trabalho feito pelos funcionários
públicos estaduais. |
Constata-se pois, que a luta não foi
por reposição salarial, nem para garantir avanços
duramente conquistados, mas para receber o salário a que
tem direito pelo trabalho prestado. |
No último mês de setembro,
quando comemoramos a Semana Farroupilha e cantamos orgulhosos "Sirvam
nossas façanhas, de modelo a toda a terra..."
presenciamos um acontecimento deplorável: "A casa do
povo" impediu, através da força, que os
funcionários públicos entrassem para acompanhar a
votação do pacote de ajuste fiscal do governo
Sartori. Com as galerias vazias o pacote foi votado
tranquilamente, inclusive as novas regras para a Previdência,
foco principal da luta do funcionalismo. Há que se
destacar que os deputados da oposição se retiraram
do Plenário e juntaram-se aos manifestantes. |
Na Praça da Matriz, do lado de fora,
a Brigada Militar, que também teve seus salários
parcelados, e dezenas de gradis isolaram o Palácio
Farroupilha e impediram a aproximação dos
manifestantes, que depois da votação, tomaram
conhecimento da declaração do líder do
governo: "Foi um sucesso total. Os dois principais projetos
foram aprovados". Referia-se à Previdência e a
proibição de incorporação de funções
gratificadas. Um verdadeiro deboche. |
As datas comemorativas do "Dia do
Professor" e "Dia do Funcionário Público"
deste mês de outubro, com certeza serão marcadas,
pela lembrança destes lamentáveis acontecimentos e
pela falta de perspectiva de novas conquistas. Lamentamos. |
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