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Marina Lima Leal
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A GREVE DO MAGISTÉRIO |
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Na última sexta feira, 13 de maio,
professores e funcionários de Escola, reunidos no Ginásio
Gigantinho e cansados do descaso do governo Sartori para com a
categoria, decretaram greve por tempo indeterminado. |
O governo teve todo o ano passado para
atender a Pauta de Reivindicações , mas além
de não dar resposta, iniciou uma medida perversa: o
parcelamento dos salários, que já se tornou
contumaz. A cada final de mês, os educadores e demais
servidores do Executivo, ficam em suspense, sem saber quanto e
quando vão receber a integralidade de seus salários.
Os pagamentos atrasam e os credores batem às suas portas.
É uma situação humilhante para todos e
especialmente para os professores, que são considerados
modelos para seus alunos. O Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias
para 2017 prevê a manutenção do congelamento
de salários, mesmo com a aprovação do
aumento do ICMS proposto pelo governo e aprovado no ano passado. |
Li hoje nos jornais, que os deputados
aprovaram ontem, dia 17 de maio um reajuste de 8,13%, para os
funcionários do Ministério Público,
Defensoria Pública, Tribunal de Contas do Estado e
Assembleia Legislativa. Nada mais justo, pois se trata apenas da
reposição da inflação. O que não
se pode aceitar é o famoso "dois pesos e duas
medidas", pois os funcionários destas instituições,
vem recebendo regularmente, enquanto que, os do Executivo, além
de não receberem nenhum tipo de reajuste nos seus salários,
ainda passaram a receber parcelados. |
Alegam estes órgãos, que tem
orçamentos próprios e recursos para estes
reajustes, só esquecem de dizer, que eles saem do mesmo "cofre"
do Estado e, portanto, do bolso do contribuinte, que não
consegue acessar serviços públicos de qualidade. |
Ontem, dia 17 de maio, aconteceu a primeira
reunião entre o Comando Geral de Greve e o governo do
Estado, na qual, para a presidente do CPERS, Helenir Schurer, o
único ponto positivo foi a garantia de que os alunos que
ocupam escolas, não sofrerão repressões. A
questão salarial sequer foi tocada. |
Há, porém, um fato novo e
muito positivo nesta greve: os alunos começaram a ocupar
as escolas, a exemplo do que vem ocorrendo em São Paulo e
no Rio de Janeiro. Os jovens começam a se conscientizar
que tem direito a uma escola de qualidade, num ambiente
acolhedor e adequado e que seus professores precisam receber um
salário digno. Esta luta tem, portanto, uma característica
diferente. Os estudantes assumiram a defesa de suas escolas e de
seus professores. Quando a greve terminar, com certeza, o clima
nas escolas não será o mesmo. Terá mudado
para melhor. |
Profª. Marina Lima Leal |
Canoas, 18 de maio de 2016. |
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