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Marina Lima Leal
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A CRISE DAS
LIVRARIAS |
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No final do ano
passado, várias matérias foram publicadas chamando
a atenção para a crise das livrarias. Estas
publicações foram motivadas especialmente, pelo
pedido de recuperação judicial de duas grandes
livrarias: a Saraiva e a Cultura. |
Muitas são as causas para a crise
das livrarias, entre elas poderíamos citar, os "e-book",
as compras de livros pela internet e outras tantas, mas acredito
que a causa maior, está nestes dados da pesquisa,
Retratos da Leitura no Brasil (Ibope, 2016), que aponta que 44%
dos brasileiros não leem e 30% jamais compraram um livro
e que ler é o passatempo favorito de apenas 10% das
pessoas. |
Diante destes números, não é
difícil compreender a dificuldade pelas quais vem
passando as livrarias. |
Com receio do efeito dominó da
crise, o editor da Companhia das Letras, lançou em 2018,
um apelo para que o consumidor privilegiasse o livro, como
presente de Natal. |
No Rio Grande do Sul, pequenas livrarias
resistem, usando de muita criatividade, para manter as portas
abertas, tornando-se ponto de encontro entre amigos, palco para
debates e até galerias para preservar a memória
local. Aliam o bom atendimento e uma agenda movimentada. |
Em Porto Alegre a Baleia, especializada em
literatura de autoria feminina, conta com salas para oficinas e
cursos, que possuem boa procura. |
Em São Francisco de Paula, a
Miragem, reúne em três andares, livros novos, sebo,
bazar, lancheria e espaço para Eventos. É um ponto
de preservação da cultura e valores locais. |
A Livraria Manas, em Igrejinha, mantém
um bom atendimento, estabelecendo relações de
amizade com os clientes. Recebe ainda as reuniões de seu
Clube de Leitura, com 15 integrantes. |
Em Santa Cruz, a Iluminura, livraria e café.
O espaço acomoda cerca de 5.000 livros. Quem entra para
tomar um café, pode encontrar alguma novidade editorial. |
Desde 2014, em Bagé, a Café &
Prosa Livraria, agita os dias e eventualmente as madrugadas da
cidade. Além das leituras diárias, a Café &
Prosa promove encontros das diversas gerações,
mesclando, além dos livros, música e jogos. |
Com as dificuldades enfrentadas pelas
grandes, as pequenas e médias livrarias poderiam ganhar
novo fôlego, tornando-se o principal modelo do mercado.
Para isto, como vimos, devem usar de muita criatividade. |
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Marina Lima Leal |
Tramandaí, abril de 2019. |
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