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Marina Lima Leal
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CRISE? NÃO
PARA TODOS |
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Atualmente, muito se fala em crise, são
os jornais, os canais de televisão e outros meios,
batendo na mesma tecla, diariamente na casa dos brasileiros |
Admitimos que o Brasil vive um período
de crise, como tantos outros que já viveu, mas a tão
falada crise não atinge a todos, nem com a mesma
intensidade. |
Aqui no Rio Grande, o governador alega que
o estado está "com os cofres raspados" e o
funcionalismo público tem vivido mês a mês o
drama de não saber se receberá seu salário,
que já foi parcelado por mais de uma vez e sofre a ameaça
de ser novamente em dezembro. |
No entanto, lendo a coluna de Rosane de
Oliveira no jornal ZH de 06 de novembro último, tivemos
uma informação que parece ser de quem vive em
outro mundo, onde a crise não existe, senão
vejamos: |
"Promotores e procuradores receberam
R$ 9.588,00, o equivalente a 12 meses de auxílio-alimentação,
retroativos. Ficam com um crédito de 36 meses para
receber quando o orçamento permitir. Com os juízes
e desembargadores o Papai Noel foi mais generoso: R$ 33.558,00.
Por se tratar de verba indenizatória, não há
incidência de Imposto de Renda sobre as parcelas." |
"Antes de encerrar o mandato, o
presidente do Tribunal de Justiça resolveu quitar, de uma
vez só, os 42 meses atrasados, sustentando que está
pagando o auxílio, porque foi obrigado pelo Conselho
Nacional de Justiça." (Justiça???) |
"... Os defensores públicos,
que desde junho recebem o vale alimentação de R$
799,00 ao mês, ganharam um reforço de cerca de R$
6.500,00 para alegrar o Natal. Este valor é referente a
um mês e meio de auxílio moradia..." |
Já considero um deboche, carreiras
que recebem um alto salário, terem o benefício de
auxílio moradia e alimentação. Receber
retroativo então, extrapolou todos os limites do bom
senso. |
Pelo que se percebe, a crise do Rio Grande
atinge apenas os servidores do Executivo. Estas outras carreiras
parecem desconhecer o que se passa a sua volta, apesar se serem
remuneradas com os mesmos recursos, que pagam os salários
dos funcionários do Executivo e que saem do bolso de
todos os cidadãos. |
Nada contra os altos salários, se o
estado e o país tivessem condições de pagá-los
e a desigualdade não se constituísse de uma
verdadeira aberração. O que não se pode
aceitar é que um professor ou um funcionário de
outro setor do Executivo, além de ganhar salários
irrisórios ainda esteja vivendo, nos últimos
meses, sob permanente tensão, com medo de não
receber o pouco a que tem direito, pelo serviço que
presta ao cidadão. |
Marina Lima Leal, novembro de
2015. |
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