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Texto publicado aqui em 17/11/2015 Retornar textos da autora Retornar textos da autora
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CRISE? NÃO PARA TODOS
Atualmente, muito se fala em crise, são os jornais, os canais de televisão e outros meios, batendo na mesma tecla, diariamente na casa dos brasileiros
Admitimos que o Brasil vive um período de crise, como tantos outros que já viveu, mas a tão falada crise não atinge a todos, nem com a mesma intensidade.
Aqui no Rio Grande, o governador alega que o estado está "com os cofres raspados" e o funcionalismo público tem vivido mês a mês o drama de não saber se receberá seu salário, que já foi parcelado por mais de uma vez e sofre a ameaça de ser novamente em dezembro.
No entanto, lendo a coluna de Rosane de Oliveira no jornal ZH de 06 de novembro último, tivemos uma informação que parece ser de quem vive em outro mundo, onde a crise não existe, senão vejamos:
"Promotores e procuradores receberam R$ 9.588,00, o equivalente a 12 meses de auxílio-alimentação, retroativos. Ficam com um crédito de 36 meses para receber quando o orçamento permitir. Com os juízes e desembargadores o Papai Noel foi mais generoso: R$ 33.558,00. Por se tratar de verba indenizatória, não há incidência de Imposto de Renda sobre as parcelas."
"Antes de encerrar o mandato, o presidente do Tribunal de Justiça resolveu quitar, de uma vez só, os 42 meses atrasados, sustentando que está pagando o auxílio, porque foi obrigado pelo Conselho Nacional de Justiça." (Justiça???)
"... Os defensores públicos, que desde junho recebem o vale alimentação de R$ 799,00 ao mês, ganharam um reforço de cerca de R$ 6.500,00 para alegrar o Natal. Este valor é referente a um mês e meio de auxílio moradia..."
Já considero um deboche, carreiras que recebem um alto salário, terem o benefício de auxílio moradia e alimentação. Receber retroativo então, extrapolou todos os limites do bom senso.
Pelo que se percebe, a crise do Rio Grande atinge apenas os servidores do Executivo. Estas outras carreiras parecem desconhecer o que se passa a sua volta, apesar se serem remuneradas com os mesmos recursos, que pagam os salários dos funcionários do Executivo e que saem do bolso de todos os cidadãos.
Nada contra os altos salários, se o estado e o país tivessem condições de pagá-los e a desigualdade não se constituísse de uma verdadeira aberração. O que não se pode aceitar é que um professor ou um funcionário de outro setor do Executivo, além de ganhar salários irrisórios ainda esteja vivendo, nos últimos meses, sob permanente tensão, com medo de não receber o pouco a que tem direito, pelo serviço que presta ao cidadão.
Marina Lima Leal, novembro de 2015.
 
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