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Marina Lima Leal |
Texto publicado no sítio da ACE em 26/09/2011 |
IMPRESSÕES SOBRE LISBOA |
Neste mês de
setembro, juntamente com meu marido e uma de nossas filhas, tivemos a
oportunidade de conhecer Lisboa. Permanecemos lá por uma semana
e, longe de pretender fazer uma análise da cidade, quero apenas
colocar aqui, algumas impressões sobre a mesma.
É uma cidade de tradição católica, com
muitas igrejas antigas, bonitas e muito semelhantes às nossas, da
região de Minas histórica. Santo Antônio é o
mais popular dos santos, mas há outros, como São Sebastião,
que são bastante reverenciados. Os vultos históricos
são muito respeitados e homenageados com monumentos e nomes de
parques, ruas e praças e, como a história do Brasil teve
um longo período ligada a de Portugal, é comum a gente
encontrar "velhos conhecidos" de nossa história por lá.
Há monumentos a Pedro Álvares Cabral, Marques do Pombal,
Vasco da Gama, D. Pedro, que também foi nosso imperador e outros
tantos que nos fazem mergulhar um pouco na nossa história e
sentir a sensação de que, de certo modo, estamos num
prolongamento de nosso país.
Fazendo um "tour" pela cidade, ouvimos os guias
pronunciarem nomes de reis e rainhas, que conhecemos muito bem como os
Joãos, os Pedros, os Josés, as Marias, as Amélias. Lisboa
é uma cidade bonita onde convive o antigo e o moderno e é
especialmente, na arquitetura e nos meios de transporte, que mais se
observa este contraste. Edifícios centenários, alguns
preservados, outros nem tanto, com belas construções
atuais. Os azulejos, apesar do tempo, parecem continuar sendo uma paixão
dos portugueses, que fazem questão de colocá-los ou imitá-los
em muitos dos atuais prédios. O moderno metrô convive com
os velhos bondes e trens, que se movimentam pela cidade, conduzindo
moradores e turistas.
É impressionante visitar a Torre de Belém, um prédio
de mais de 500 anos, à margem do Rio Tejo, lugar de onde partiam
a maioria dos navegadores, que viajavam para o além mar, dos
quais alguns chegaram à costa brasileira em 1500. Também à
margem do Tejo, foi construído um imponente monumento, dedicado
aos navegadores, natural num país, que teve na navegação,
uma de suas mais importantes atividades. Próximo à Torre,
está o mosteiro dos Jerônimos, obra prima da arquitetura
portuguesa do século XVI, classificado como monumento nacional e
inscrito na lista de patrimônio mundial da UNESCO. Próximo
à Torre, ao Mosteiro e ao Monumento, no mesmo bairro de Belém,
existe uma confeitaria especializada nos famosos "pastéis de
Belém" que são procurados por todos os turistas que
visitam Lisboa e, as filas para saborear estas delícias são
intermináveis. Dizem os guias que a receita dos famosos pastéis
continua secreta, apesar dos anos.
É importante citar também o Parque Eduardo VII,
importante reserva botânica, no centro da cidade e considerada
como seu pulmão. Outra atração de Lisboa é
o Oceanário, maior aquário do mundo, que se encontra num
complexo construído, às margens do Rio Tejo, concluído
em 1998, por ocasião da comemoração dos 500 anos da
descoberta do caminho das Índias, por Vasco da Gama e para
receber os participantes da Expo-98 ou Exposição
Internacional de Lisboa cujo tema foi: "Os oceanos: um patrimônio
para o futuro". Paralelamente foram construídas grandes
obras públicas como a Ponte Vasco da Gama, a maior da Europa à
data. O complexo recebeu o nome de Parque das Nações e
hoje é usado para diversas atividades locais e também
internacionais.
A alimentação em Lisboa é bem diferente da
nossa, especialmente da dos gaúchos. Lá a carne de gado não
aparece nos restaurantes. Consomem carne de porco, peixe, galinha e
ovelha. Não conseguimos, nos restaurantes que frequentamos, o
nosso feijão preto e o arroz deles é um pouco diferente do
nosso. Isto reforça o fato de termos recebido muitas influências
de outros povos, na nossa alimentação. Portugal,
como diversos países da Europa, vive uma crise, típica do
sistema capitalista. Há um grande número de desempregados
e, não raro, se encontra pedintes pela rua. O turista não
chega a ser atingido pela crise, mas basta falar com a população
local, para se perceber os efeitos da mesma. |