Marina Lima Leal |
Texto publicado no sítio da ACE em 04/09/2012 |
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A POLÊMICA LEVANTADA
PELOS DADOS DO IDEB |
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O Índice de Desenvolvimento da Educação
Básica (IDEB) é calculado com base no desempenho dos
estudantes em avaliações de Língua Portuguesa e
Matemática e nas taxas de aprovação, reprovação
e evasão escolar. |
Para avaliar o desempenho, os alunos do 5º e 9º
ano do Ensino Fundamental e os alunos da 3ª série do Ensino
Médio, são avaliados a cada dois anos, através da
Prova Brasil. Os dados de aprovação, reprovação
e evasão, são baseados nas declarações das
escolas, através do Censo Escolar, que elas fornecem anualmente. |
Os dados do IDEB deveriam ser um instrumento
fundamental, para nortear políticas públicas, de mudança
e qualificação do ensino, pelo menos este foi o principal
objetivo do Ministério de Educação (MEC), ao criar
este instrumento. |
Na semana que passou, a mídia se ocupou
fartamente destes dados, seja para mostrar como "nós gaúchos
estamos mal", para buscar os culpados ou para fazer uma comparação
entre as escolas, divulgando, especialmente, as melhores e as piores. |
O que a mídia não se deteve a
examinar é a relatividade destes testes padronizados que,
conforme já dizíamos em artigo publicado em 5 de agosto de
2011, no jornal O Timoneiro, não consideram as diferenças
regionais existentes em nosso imenso país e buscam apenas a
quantidade, sem levar em conta a qualidade. |
Dizia também na ocasião, que nada
mais perverso do que classificar, hierarquizar as escolas, estabelecendo
as boas e as ruins, estimulando a competição, em lugar de
desenvolver a solidariedade entre elas. |
Pelo que pude observar, foi exatamente isto que
aconteceu. Alguns jornais divulgaram, com riqueza de detalhes, as
melhores e as piores. A comunidade escolar das primeiras, com certeza
ficou orgulhosa, o mesmo não se pode dizer das que tiraram as
piores notas. Estas últimas, com certeza, se sentiram humilhadas,
diante da exposição de seus nomes na mídia. |
Com esta constatação, me pergunto, se
o objetivo para o qual o IDEB foi criado, está sendo alcançado?
Parece-me que não. Esta servindo para outras finalidades, não
tão nobres. |
É necessário dizer, mais uma vez, que
a educação deve ser prioridade absoluta, não só
nos discursos e que é preciso que a escola, através de
seus atores - professores, funcionários, pais e alunos - seja
ouvida, por quem tem nas mãos, o destino da educação
em nosso município, estado e país. Só desta forma,
sem colocar as escolas numa prejudicial competição,
acharemos, com certeza, os caminhos para a melhoria da educação,
desejo não apenas de professores, alunos e pais, mas de toda a
sociedade brasileira. |